Pelo Comité Editorial Blog IVI Doa

doenças sexuais

Uma conversa pendente: doenças sexuais

As doenças sexuais, conhecidas como IST (infeções sexualmente transmissíveis) são infeções transmitidas por meio do contacto sexual com uma pessoa infetada, normalmente, sem a utilização de preservativo masculino ou feminino.

E o que aconteceu à sigla DST para doenças sexualmente transmissíveis? Se estás confusa é normal. Durante muitos anos esta foi a sigla adotada. No entanto, a comunidade médica entende que a palavra infeção é mais adequada por englobar quaisquer infeções que possam ou não provocar sintomas. De seguida, damos-te a conhecer as principais IST e os mitos associados às mesmas.

 

Infeções sexualmente transmissíveis

As IST são provocadas por microrganismos, tais como bactérias, vírus e parasitas que estão no sangue, sémen e outros fluidos corporais ou à superfície, na pele e mucosas da zona genital. Qualquer pessoa que tenha relações sexuais sem proteção (sexo vaginal, anal ou oral) com uma pessoa infetada, pode contrair uma infeção. Algumas infeções como o herpes genital e o HPV podem ser transmitidas através do contacto pele com pele, através das mucosas da zona genital.

 

Sintomas de doença sexual

As IST podem ser assintomáticas. No caso de haver sintomas, estes podem aparecer após o contacto sexual, ou demorar semanas ou meses a surgir. Mesmo que os sintomas desapareçam sem qualquer tratamento, isto não significa que a doença foi curada. Na realidade, a infeção permanece no organismo.

Alguns sintomas a que deves estar atenta são:

  • Corrimento vaginal anormal, frequentemente com mau cheiro;
  • Corrimento uretral;
  • Dor ou ardor ao urinar;
  • Dor durante a relação sexual;
  • Comichão ou irritação, ou lesões na área genital ou anal.

Quando as infeções são assintomáticas, só é possível realizar o diagnóstico através de análises específicas. Adicionalmente, algumas infeções só provocam sintomas na mulher ou só no homem, pelo que o acompanhamento médico regular é essencial.

 

Principais doenças sexuais

Algumas das infeções sexualmente transmissíveis mais conhecidas são as seguintes:

 

Fatores de risco

Normalmente, o grupo etário associado a um maior risco de contração de infeções sexualmente transmissíveis são os jovens entre os 18 e os 24 anos, pois considera-se que apresentam mais comportamentos de risco. No entanto, a idade não é um fator determinante. Qualquer pessoa pode contrair uma doença sexual.

Os comportamentos de risco associados às IST são o consumo excessivo de álcool, o consumo de drogas e os contactos sexuais casuais ou com múltiplos parceiros. No entanto, as relações sexuais com múltiplos parceiros e encontros sexuais de apenas uma noite são cada vez mais comuns e não devem ser estigmatizados na sociedade. O importante é que estas experiências sexuais sejam acompanhadas de comportamentos saudáveis de saúde sexual e reprodutiva.

O principal fator de risco que pode levar à contração de uma infeção é a não utilização de preservativo. Outros fatores a considerar são a falta de cuidados de higiene e a falta de comunicação entre parceiros sexuais.

Para além de não praticar comportamentos de risco, também é importante fazer rastreios regulares, principalmente quando se inicia uma relação com um novo parceiro, ou se tem relações com vários parceiros. No caso de relações sexuais ocasionais ou relações não monógamas, o uso do preservativo é vital.

 

Tratamento

Na sua maioria, as IST têm cura quando são devidamente diagnosticadas e tratadas atempadamente. Por isso, a primeira consulta com um profissional de saúde deve ter lugar assim que te apercebes dos primeiros sintomas e, como já referido, deves também realizar testes e consultas regulares para permitir o diagnóstico de doenças sexuais assintomáticas.

Os tratamentos também devem ser completados de forma rigorosa, pois os sintomas da infeção podem desaparecer antes do fim do tratamento, mas isto não significa que a infeção esteja curada. As relações sexuais também devem ser evitadas durante o período de tratamento pois, caso contrário, podes transmitir a infeção.

Se fores diagnosticada com uma infeção, deves informar os teus parceiros sexuais de que também podem estar infetados e recomendar que consultem um médico, mesmo que não tenham quaisquer sintomas e se sintam saudáveis. Para realizar o diagnóstico podes consultar o teu médico de família ou um centro de rastreio. As análises são seguras, simples e confidenciais.

A maioria das IST são facilmente tratadas e curadas com comprimidos ou injeções, à exceção do herpes genital, do vírus VIH e das verrugas genitais. O herpes não tem cura, no entanto, o tratamento permite reduzir a frequência e duração dos surtos. O tratamento da infeção pelo vírus da imunodeficiência, VIH, controla a infeção e impede a sua evolução para formas graves da doença (SIDA). O tratamento também permite diminuir a probabilidade de transmissão ao parceiro, mas não existe cura e há sempre a possibilidade de transmissão da infeção. No caso das verrugas genitais, estas podem ser removidas, mas o vírus responsável pelo surgimento das mesmas permanece nas mucosas ou na pele.

Não deves nunca ignorar uma infeção sexualmente transmissível. Para além de a poderes passar a outras pessoas, algumas destas infeções, se não forem tratadas atempadamente, podem levar ao desenvolvimento de complicações ou doenças graves como o cancro do colo do útero, cancro do pénis ou do ânus, infertilidade ou doença inflamatória pélvica (DIP).

 

Mitos sobre doenças sexuais

Existem vários mitos sobre as chamadas doenças sexuais, ou as IST, infeções sexualmente transmissíveis, que contribuem para a desinformação sobre as mesmas e consequentemente, à adoção de comportamentos de risco no que diz respeito à saúde sexual. Estes mitos podem também levar a que as pessoas ignorem sintomas ou evitem consultar um profissional de saúde.

Alguns dos mitos mais comuns são:

  • Só posso contrair uma IST se tiver vários parceiros sexuais
  • As IST apresentam sempre sintomas
  • Não preciso de me preocupar nem consultar um médico
  • Posso contrair uma IST através da sanita
  • Os contracetivos orais protegem contra as IST
  • Não é possível contrair uma IST através de sexo oral
  • Fazer um teste para diagnóstico é doloroso
  • Só os homossexuais e os toxicodependentes é que contraem HIV
  • As IST desaparecem sozinhas
  • Só posso contrair a doença uma vez

 

A melhor forma de diagnosticar uma IST é realizar exames médicos caso tenhas tido relações sexuais sem proteção. Caso o diagnóstico se confirme, deves completar todos os tratamentos de forma rigorosa e tens o dever de informar os teus parceiros. Se pensas que podes ter contraído uma IST, marca já uma consulta com o teu médico de família ou visita um centro de rastreio.