Pelo Comité Editorial Blog IVI Doa

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A primeira vez no ginecologista

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a primeira consulta com o ginecologista não precisa de ser depois da menarca (primeira menstruação). Na verdade, é muitas vezes recomendado que a primeira consulta seja realizada quando surgem os sinais iniciais da puberdade. Não existe uma idade específica para consultar uma ginecologista pela primeira vez. Mesmo para mulheres que já atingiram a idade adulta e iniciaram a sua vida sexual, não é preciso esperar que surja um problema para agendar uma primeira consulta. Nas consultas de rotina, o médico ginecologista pode esclarecer dúvidas sobre anatomia, higiene e outros cuidados íntimos.

 

A primeira consulta no ginecologista

A realização da primeira consulta e do primeiro exame ginecológico deve acontecer, pelo menos, quando a mulher entra em idade fértil. As visitas ao ginecologista devem ser realizadas periodicamente desde a entrada na idade fértil, pelo menos uma vez por ano, para realizar uma consulta de rotina. Numa primeira consulta no ginecologista devem ser esclarecidas quaisquer dúvidas que as jovens mulheres possam ter.

Para que o ginecologista possa aconselhar e esclarecer da melhor forma, é importante ter algumas informações básicas antes da consulta, tais como:

  • Datas e particularidades do ciclo menstrual;
  • Características da alimentação;
  • Frequência e prática de exercício físico;
  • Atualizações sobre a caderneta de vacinação;
  • Casos de alergias;
  • Medicamentos de rotina;
  • Histórico familiar de doenças.

 

A primeira consulta

A primeira vez no ginecologista é o momento ideal para esclarecer todas as dúvidas que possam existir. A primeira consulta inicia-se com uma conversa. Este é um momento importante para estabelecer o vínculo com a mulher para que se sinta à vontade e para colocar questões. Em geral, a conversa tem como fim de avaliar três aspetos principais:

  • Se está tudo bem com o desenvolvimento do corpo, em especial os seios, a região genital e o aparelho reprodutor;
  • Se a menstruação está a acontecer de forma regular e sem nenhum prejuízo para a qualidade de vida da mulher;
  • Se a mulher conhece os métodos de contraceção e prevenção de infeções sexualmente transmissíveis (IST), caso já tenha iniciado a vida sexual.

A própria paciente pode aproveitar para tirar dúvidas que possa ter como, por exemplo:

  • O fluxo menstrual é normal?
  • Como fazer a higiene correta durante a menstruação?
  • Como aliviar as cólicas e as mudanças de humor causadas pela menstruação?
  • Os seios ainda vão crescer?
  • Como fazer o autoexame?
  • Qual a utilização correta do tampão ou copo menstrual?
  • O corrimento é normal?
  • Como se proteger de uma IST?
  • Como prevenir uma gravidez?
  • O que é e o que não é normal sentir durante o sexo?
  • É preciso tomar a pílula anticontracetiva?

 

Exames

A primeira vez no ginecologista pode implicar também a realização de exames físicos, caso seja necessário. Estes exames servem para garantir que tudo está de acordo com o esperado para a idade. No entanto, se o paciente não se sentir à vontade, os exames podem ser adiados para uma consulta futura. O exame ginecológico costuma ser feito a partir do toque do profissional, não dói e serve para avaliar se os órgãos internos e externos estão todos saudáveis. O teste do Papanicolau, por sua vez, faz uso de um espéculo e permite detetar o cancro de colo de útero. Este exame só é indicado para as mulheres que já têm vida sexual ativa, em especial entre os 25 e os 59 anos.

 

Consulta com acompanhamento

Para as adolescentes, fazer exames ginecológicos ou falar sobre a vida sexual na frente dos pais pode ser motivo de vergonha. Por isso, é importante lembrar que as jovens mulheres têm o direito de entrar ou até agendar a consulta sozinhas, mesmo sendo menores de idade. De facto, a partir dos 16 anos, as adolescentes podem recorrer a consultas de planeamento familiar e tomar a pílula ou outro contracetivo sem autorização dos pais.

O ginecologista, por sua vez, é obrigado a manter sigilo do que for conversado dentro do consultório, a não ser em casos de complicações graves que exijam o conhecimento dos progenitores ou outros responsáveis pelas pacientes.

Quando são os pais a agendar uma primeira consulta, é importante conversar e explicar o motivo da marcação e a importância de realizar controlos ginecológicos. A paciente nunca deve ser levada contra a sua vontade, pois ela precisa de entender que o ginecologista está ali para a apoiar. Se os pais optarem por permanecer na sala durante a consulta, o ideal é deixar que a adolescente se exprima e diga o que sente, sem que os pais ou tutores falem por ela.

 

Quando realizar uma consulta

Existem momentos-chave após os quais é aconselhado ir a uma consulta. Alguns dos principais momentos ou motivos são o aparecimento do primeiro período, a primeira relação sexual, alterações na palpação da mama ou quando é percetível uma alteração nas secreções vaginais. Quando a mulher inicia a sua vida sexual, é importante realizar uma consulta e um controlo ginecológico para encontrar o contracetivo ideal e receber informação sobre a prevenção de infeções sexualmente transmissíveis. As consultas de ginecologia servem para falar abertamente sobre métodos contracetivos e comportamentos de risco. Durante toda a vida da mulher, é importante realizar consultas periódicas com um ginecologista, e os exames indicados de acordo com a faixa etária e o perfil clínico da paciente. Um acompanhamento regular permite rastrear possíveis doenças, mesmo antes da manifestação de sintomas.

 

Não existe uma idade predefinida para realizar a primeira visita no ginecologista. Após a primeira vez no ginecologista, devem ser realizados check-ups anuais. Para além desta consulta regular, as mulheres devem marcar uma consulta no ginecologista quando iniciam a vida sexual, se observarem uma alteração nas secreções vaginais ou no ciclo menstrual, se apareceram caroços e nódulos mamários, vermelhidão ou prurido na zona genital ou se tiverem perdas de urina. É importante referir que mesmo que não tenha uma vida sexual ativa, a mulher deve manter a vigilância e realizar consultas e exames ginecológicos com regularidade.